Liberdade de Informação: e o direito que os cidadãos têm de ser informado de tudo que se relaciona com a vida do Estado, e que, por conseguinte é de seu peculiar interesse. Esse direito de informação faz parte da essência da democracia. Integra-o a liberdade de imprensa e o direito de ser informado. Artigo 5º inciso XXXIII, da Constituição Federal. Prof. Franscisco Bruno Neto.

25 de março de 2012

Politicamente Falando ...: Um Ano do Massacre em Itamar - 18/03/2012


O Massacre de Toulouse - 25/3/2012

No domingo passado escolhi lembrar a familia Fogel massacrada há um ano em sua casa em Itamar. Nunca poderia imaginar que no dia seguinte estaria olhando em choque, cenas de outro massacre, desta vez na França. Outro pai morto como Ehud Fogel, o Rabino Yonathan Sandler. 

No lugar de Yoav de 4 anos e Elad de 11, agora foram o pequeno Gabriel de 3 anos e Arieh de 5. No lugar da bebê Hadass, decapitada em seu berço estava Myriam de 7 anos, agarrada pelos cabelos e assassinada com um tiro de uma colt 45 na cabeça.  

Enquanto que Israel acabou prendendo os dois sub-humanos tornados heróis pela Autoridade Palestina que cometeram os assassinatos em Itamar as autoridades francesas depois de horas negociando com este monstro, matou Mohamed Mehra.

A mídia reportou o choque do mundo à brutalidade dos assassinatos cometidos por ele e tentou distanciar a Autoridade Palestina dos crimes, apesar da causa palestina ter sido usada como desculpa pelo seu ataque à escola judaica em Toulouse.

O que faz alguém tão cruel, capaz de atos de tanta barbárie? Esperem aí.. Não foi esta a pergunta que repetimos durante décadas após o holocausto sobre o povo alemão?  

A mídia francesa descreveu Mehra como um psicopata, um solitário especialmente violento. Quanto mais extrema a descrição, mais o público tinha a impressão de se tratar de um caso excepcional e que não haveria mais com que se preocupar assim que ele fosse pego. Mas Mohamed Mehrah não surgiu do vácuo. Ele cresceu num ambiente que promove o terrorismo e geralmente conduz ao assassinato em massa e missões suicidas. E não só isso.  

O fato é que a Europa como um todo se recusa a abandonar seu antisemitismo milenar. Hoje ele é vestido de anti-israelismo para ser politicamente correto, mas é...


Leia mais: Politicamente Falando ...: Um Ano do Massacre em Itamar - 18/03/2012

18 de março de 2012

ALEXIS DE TOCQUEVILLE - DA DEMOCRACIA NA AMÉRICA

Alexis de Tocqueville, pensador e historiador francês, 1805 a 1859, registrou em seu magnífico livro "Da Democracia na América" aquilo que julgou serem as bases sobre as quais se ergue a poderosa nação americana.

Segue uma pequena transcrição de parte do livro.

"Já discorri o bastante para colocar sob sua verdadeira luz o caráter da civilização anglo-americana. Ela é o produto (e este ponto de partida deve estar sempre presente no pensamento) de dois elementos perfeitamente distintos que, em outros lugares, entram em choque mas, na América, incorporam-se maravilhosamente um no outro, Refiro-me ao espírito de religião e ao espírito de liberdade.


Os fundadores da Nova Inglaterra eram, ao mesmo tempo, membros ardorosos de uma seita e inovadores exaltados. Confinados nos estreitos limites de certas crenças religiosas, estavam isentos de todos os preconceitos políticos. Daí resultaram duas tendências diversas mas não contrárias, cujos indícios são facilmente encontrados por toda parte, tanto nas leis quanto nos costumes.

Dir-se-ia que pessoas que haviam sacrificado amigos, família e pátria em favor de uma opinião religiosa se mostrassem absorvidas na busca desse bem intelectual que haviam ido comprar a preço tão alto. Vemo-los, entretanto, a procurar com ardor quase igual as riquezas materiais e as fruições morais , o céu, no outro mundo, e o bem-estar e a liberdade neste aqui de baixo. A religião vê na liberdade civil um nobre exercício das faculdades do homem e, no mundo político, um campo entregue pelo Criador aos esforços da inteligência. Livre e poderosa em sua espera, satisfeita com o lugar que lhe é reservado, ela sabe que seu domínio é mais forte quando consolidado por suas próprias forças, e não por meras razões de coração.

Já a liberdade vê na religião a companheira de lutas e de triunfos, o berço de sua infância e a fonte divina de seus direitos. Ela considera a religião como a salvaguarda dos costumes; e os costumes como a garantia das leis e o penhor de sua própria preservação."
(...)

Fonte:
 Tocqueville, Alexis de (1998), "Origem, Importância e Futuro dos Anglo-Americanos", in 
 Tocqueville, Alexis de, 1805-1859  “Da Democracia na América". Traduzido e condensado por José Livio Dantas,  Biblioteca do Exército Editora,1998, 44-45

Mais sobre Tocqueville:
1. http://pt.scribd.com/doc/36164977/Tocqueville-Liberdade-e-Igualdade
2. http://www.iea.usp.br/iea/textos/santostocqueville.pdf
3. http://www.institutoliberal.org.br/galeria_autor.asp?cdc=841

11 de março de 2012

Entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco

Autor: Edson Carlos de Oliveira | 17:05 4 comentários




No dia 9 de junho p.p., este blog(conservador.blog.br) concedeu à Fabiana Moraes uma entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco, o maior diário do Nordeste brasileiro. A jornalista estava preparando uma matéria sobre movimentos políticos antagonistas no País, especialmente por causa do pronunciamento do senador Demóstenes Torres (DEM/GO), na revista Veja daquela semana, sobre como a direita no Brasil tem vergonha de se assumir.

Segue abaixo a íntegra da entrevista e no próximo post publicaremos o artigo de Fabiana Moraes que saiu na edição do dia 3 de julho último no Jornal do Commercio.


Clique aqui para ler a reportagem do Jornal do Commercio.
***

Fabiana Moraes - Que valores são defendidos pelo grupo que mantém o blog? Livre-mercado, moral, família, religião? Para vocês, em que momento nacional estes valores estiveram mais presentes e foram defendidos e como estes mesmos valores encontram-se na sociedade brasileira atual?

Edson Carlos de Oliveira: Somos Católicos, Apostólicos, Romanos e defendemos os valores do catolicismo no campo sócio-político, embora não tenhamos nenhum mandato especial da Hierarquia católica. Nosso blog “Sou Conservador Sim, e daí?” é pessoal e não depende de nenhuma autoridade eclesiástica. A moral católica aplicada ao campo temporal, a defesa da família tradicional, a propriedade privada e a livre-iniciativa são temas que abordamos procurando sempre ser fiéis ao Magistério tradicional da Igreja. Buscamos inspiração no grande pensador e líder católico do século XX, de fama internacional, Plinio Corrêa de Oliveira.

Embora não destituída de falhas, consideramos, com o Papa Leão XIII, que a Idade Média – vista, é claro, sem os exageros e deturpações de certa historiografia moderna anticatólica – foi a época histórica em que a influência dos ensinamentos da Igreja mais se concretizou na vida social dos povos. Há livros publicados, mesmo recentemente, sobre o tema e posso lhe enviar algumas referências bibliográficas se achar necessário. Cito apenas uma obra, da famosa historiadora francesa Régine Pernoud, intitulada Lumière du Moyen Age.

Considero o Brasil um país ainda muito mais conservador do que a mídia costuma apresentar. Uma pesquisa do DataFolha, em 2008,revelou que os temas mais importantes para os jovens brasileiros são, entre outros, a família (99%), o casamento (72%) e a religião (81%). 72% são contra a maconha. Apenas 1% dos jovens se dizem ateus, e 10% declaram não ter religião.

No ano passado, outra pesquisa do DataFolha revelou que 37% dos entrevistados se dizem de direita e só 20% de esquerda.

Fabiana Moraes - Há vários meses as redes sociais têm explicitado várias demonstrações de preconceito (racial, de origem, de orientação sexual, etc). Uma crítica que se faz é que tais falas têm origem conservadora. Como vocês relacionam preconceito e conservadorismo?

Edson Carlos de Oliveira: Correntes de esquerda promovem nas universidades uma ojeriza à nossa ascendência portuguesa, especialmente por causa da influência católica trazida pelos descobridores do país, e ainda acusam os conservadores de “preconceito por origem”! A esquerda incentiva a criação de “cotas raciais” que discriminam estudantes pela cor da pele, e são os conservadores a causa do “preconceito racial”? Esquerdistas e progressistas querem impor leis que colocam cidadãos homossexuais acima dos heterossexuais, concedendo-lhes privilégios como se fossem uma casta intocável, e os discriminadores são os conservadores?

Mais do que defender o homossexual contra possíveis discriminações, o objetivo de certos projetos de leis é criminalizar o povo brasileiro pelas discordâncias em relação à prática do homossexualismo, sobretudo quando tais discordâncias se baseiam em convicções religiosas.

O PLC 122, por exemplo, é uma lei de perseguição religiosa disfarçada que se quer introduzir no Brasil. Cadeia para o sacerdote que propagar as condenações bíblicas ao homossexualismo; cadeia para os pais que defenderem seus filhos das pregações homossexuais de certos professores ou de certos livros; cadeia para a mãe de família que não aceitar uma empregada ostensivamente lésbica; cadeia, enfim, para todo brasileiro que defender a livre manifestação de opiniões no caso de passeatas ou outras exibições homossexuais.

Se o PLC 122 for aprovado, o que farei eu, então cidadão de segunda classe, se me sentir agredido por algum filme rejeitável que caricaturize Nosso Senhor Jesus Cristo como homossexual? Não poderei protestar legal e pacificamente só para não ser acusado de ser “preconceituoso”?

Fabiana Moraes - Quais as críticas do grupo a ações como a legalização da união homoafetiva pelo STF?

Edson Carlos de Oliveira: Em se tratando da posição assumida pelo STF, nós, do blog Sou Conservador Sim, e daí?, fazemos referência ao artigo de Percival Puggina, “O AI-5 do Supremo”, publicado no jornal Zero Hora de Porto Alegre (22/5/2011), no qual se lê que o Congresso brasileiro já deliberou três vezes sobre a questão de reconhecer as uniões homossexuais como “entidade familiar” e sempre deixou claro que “entidade familiar” é a formada por homem e mulher.

Nas discussões do texto constitucional de 1988, sempre conforme a colaboração de Puggina, o termo “entre o homem e a mulher” foi colocado exatamente para dirimir a ambiguidade que o artigo sobre “entidade familiar” pudesse gerar.

Ademais, o abalizado constitucionalista Ives Gandra Martins tem repetido em entrevistas e artigos que o STF não só é incompetente para legislar, tarefa que compete ao Congresso Nacional, como ainda atropelou a Constituição Federal nesse ponto sobre o verdadeiro conceito de entidade familiar.

Portanto, o STF não cumpriu sua missão de proteger a Constituição, mas, ao invés disso, avocou para si uma função que não lhe pertence: legislar. E isto sem qualquer consulta ao povo brasileiro. Basta passar os olhos nas cartas de leitores dos jornais para se dar conta de como o STF contundiu profundamente a população com sua inusitada e indevida decisão.

Fabiana Moraes - O Tea Party é inspiração para o grupo Trilha de Tiradentes. Como aquele movimento orienta, politicamente, também vocês?

Edson Carlos de Oliveira: Desconheço o mencionado grupo Trilha de Tiradentes. Sobre o Tea Party, só temos conhecimento dele pelos jornais. Trata-se de um movimento que surgiu nos EUA posterior ao início dos trabalhos no nosso blog. Não temos nenhuma relação com ele e muito menos nos orientamos por esse movimento.
Fonte:Entrevista para o Jornal do Commercio de Pernambuco

Suécia: sucesso apesar do estado de bem-estar

9 de março de 2012
Autor: João Luiz Mauad
pequenonormalgrande
Joao Luiz MauadO sucesso econômico da Suécia tem sido um dos argumentos mais poderosos da esquerda. Se os impostos são ruins para a economia, dizem, por que aquele país, dono de uma das maiores cargas tributárias do mundo, tem um padrão de vida tão amplamente admirado?

Malgrado o orgulho e a propaganda esquerdistas, entretanto, a Suécia é, de fato, uma economia de mercado, engessada, em boa medida, pelo pesado fardo do estado de bem-estar. Embora os arautos da esquerda enxerguem na Suécia um exemplo indiscutível de como combinar altos níveis de prosperidade e qualidade de vida com altos índices de redistribuição de renda, a história revela algo bem distinto: o sucesso desta nação nórdica não decorre das políticas de bem-estar, mas apesar delas.

O que é preciso entender, antes de mais nada, é que o estado de bem-estar não é o que distingue a Suécia e demais países escandinavos do resto da humanidade. Na verdade, esses povos são altamente homogêneos e contam com uma das culturas melhor adaptadas para o sucesso econômico e social, com destaque para o cooperativismo, a confiabilidade, a ética no trabalho, a participação cívica, os valores familiares e, last but not least, a responsabilidade individual extremada.

Dos países da Cortina de Ferro, a economia mais bem sucedida foi, sem dúvida, a da Alemanha Oriental. Não que o comunismo tenha exatamente funcionado ali, mas graças às virtudes acima mencionadas, muitas delas também presentes na cultura germânica, a experiência comunista foi, sem dúvida, menos ruim para os alemãs do que para outros povos. Pois bem, não seria exagero especular que, se a Suécia tivesse experimentado o comunismo, provavelmente a aventura teria sido relativamente menos traumática por lá do que em qualquer outro lugar.

Esse é o tema central de um trabalho publicado em 2011 por Nima Sanandaji. Contrariamente à visão propalada pelo marketing esquerdista, o autor demonstra que o sucesso da sociedade sueca não é resultado do estado de bem-estar. O argumento chave de Sanandaji é o da primazia dos valores. Honestidade, frugalidade e parcimônia – virtudes necessárias para o desenvolvimento econômico e social, tão bem esmiuçadas por Adam Smith no clássico “A Riqueza das Nações” – já faziam parte da cultura sueca muito antes da introdução do “welfare state”, a partir da década de 1930 do século passado. Segundo o autor, este “capital moral”, arduamente constituído ao longo dos séculos, é o que tem sustentado o sucesso da Suécia (e de outros países nórdicos), apesar do estado de bem-estar.

Historicamente, a experiência sueca é raramente mencionada como um exemplo das virtudes do capitalismo liberal. No entanto, poucas outras nações no mundo demonstraram tão claramente como um fenomenal crescimento econômico pode ser alcançado a partir da adoção de políticas de livre mercado.

A Suécia era uma nação empobrecida antes da década de 1870, fato comprovado pela emigração maciça, principalmente para os Estados Unidos, naquela época. A partir do surgimento do capitalismo, o país evoluiu rapidadamente, desde uma base essencialmente agrária, até tornar-se uma das nações mais prósperas da terra. Direitos de propriedade bem definidos, mercados livres e Estado de Direito, combinados, criaram um ambiente sob o qual a Suécia experimentou uma fase de crescimento econômico rápido e sustentado, quase sem precedentes na história humana.

Se o período compreendido entre a década de 1870 e o início da primeira guerra mundial foi o de maior fortuna para o povo sueco, as três décadas iniciadas em 1960 foram as mais críticas. Embora governados pela social-democracia desde os anos 30, foi somente a partir dos anos 60 que ocorreu uma brusca guinada para a esquerda, não só por conta do aumento abrupto da carga tributária, mas, sobretudo, devido à introdução de políticas fortemente prejudiciais os negócios privados.

Não por acaso, esse foi um período marcado pelo baixo crescimento. Embora sociedade sueca – como já mencionamos acima – seja conhecida por uma forte ética no trabalho e princípios morais rígidos, ela não estava imune à redução dos incentivos à geração de riquezas, causada principalmente pela elevação extraordinária dos tributos e pela profusão de privilégios extravagantes dos programas de bem-estar.

A combinação explosiva de altos impostos, benefícios sociais generosos e um mercado de trabalho rígido afetou claramente a economia do país, que teve, nesse período de 30 anos, o seu pior desempenho econômico desde a implantação do sistema capitalista (veja quadro abaixo).

SUECIA 1 Suécia: sucesso apesar do <br> estado de bem estarA boa notícia é que, desde o início da década de 1990, a Suécia vem implementando uma série de reformas que, em alguns casos, superam até mesmo as reformas liberais introduzidas nos EUA por Reagan e na Inglaterra, por Thatcher. Vouchers educacionais foram introduzidas com êxito, criando concorrência dentro do sistema público de financiamento. Sistemas similares foram implementados em outras áreas, como saúde e cuidados com os velhos.

Outra reforma liberalizante veio com a privatização parcial do sistema previdenciário, que concedeu aos cidadãos algum controle sobre suas aposentadorias. Além disso, como mostrado na figura abaixo, a carga tributária vem caindo de forma consistente e é bastante provável que essa queda deva continuar num horizonte próximo, já que o apoio político aos social-democratas encontra-se em seu nível mais baixo em cem anos.

Mas as evidências que corroboram com a tese de Sanandaji não param por aqui. Existe um outro dado empírico, na verdade um paralelo interessante, que ajuda a comprovar a teoria.

(...)

Leia mais: http://www.imil.org.br/artigos/suecia-sucesso-apesar-estado-de-bemestar/